19/01/2023 - Centrais conclamam sindicatos a protegerem Estado de Direito
 
Diante dos ataques ao Congresso, STF e Palácio do Planalto perpetrados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), neste domingo (8), na Praça dos Três Poderes, as centrais sindicais divulgaram nota pública em que defendem o Estado Democrático de Direito e conclamam os sindicatos brasileiros a defendê-lo.
 

Diante dos ataques ao Congresso, STF e Palácio do Planalto perpetrados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), neste domingo (8), na Praça dos Três Poderes, as centrais sindicais divulgaram nota pública em que defendem o Estado Democrático de Direito e conclamam os sindicatos brasileiros a defendê-lo.
As entidades também cobram das autoridades públicas “ação enérgica para garantir a soberania popular, o cumprimento da Constituição e o pleno exercício da democracia.”

E, ainda, expressaram “solidariedade aos membros do três Poderes da República” e “apoio às iniciativas e medidas necessárias e urgentes para ocuparmos a nossa institucionalidade rapidamente, com a intervenção federal no GDF.”

As sedes dos 3 poderes — Legislativo (Congresso), Executivo (Palácio do Planalto) e Judiciário (STF) — foram invadidas, depredadas e pilhadas.

Foram atos de vandalismo e terrorismo contra os prédios que sediam as instituições da democracia.

Os prejuízos são incalculáveis.

Intervenção federal na segurança do DF
Diante da gravidade dos fatos, da violência e terror praticados pelos bolsonaristas, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou a publicação, neste domingo, de decreto que prevê a intervenção na área de segurança pública do GDF (governo do Distrito Federal).

Segundo o decreto, o prazo da intervenção vai até 31 de janeiro de 2023.

Afastamento do governador do DF
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), também decidiu na madrugada desta segunda-feira (9), afastar o governador do Distrito Federal do cargo por 90 dias.

Moraes tomou a decisão no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos, do qual é relator, ao analisar pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que vai liderar o governo no Congresso, e da AGU (Advocacia-Geral da União).

Confira a íntegra da nota das centrais sindicais:

Exigimos medidas enérgicas e exemplares contra atos terroristas
Sindicatos devem atuar para proteger estado democrático de direito
As centrais sindicais, representando os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, repudiam veementemente a ação terrorista no Distrito Federal, implementada através da invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF.
Trata-se de um complô golpista que visa desacreditar o Estado de Direito e que, de forma criminosa, contou com a leniência do governo do Distrito Federal.
Isso é inaceitável! O Brasil não pode continuar sob o caos e a desordem que marcaram os últimos quatro anos.
Exigimos ação enérgica do governo para garantir a soberania popular, o cumprimento da Constituição e o pleno exercício da democracia. Soberania que através do voto, elegeu o presidente da República e o Congresso Nacional.
Expressamos nossa solidariedade aos membros do três Poderes da República e manifestamos nosso apoio às iniciativas e medidas necessárias e urgentes para ocuparmos a nossa institucionalidade rapidamente, com a intervenção federal no GDF.
Orientamos todas as entidades sindicais e seus dirigentes que se mantenham vigilantes, atentos às iniciativas que tomaremos e cientes que a democracia é um bem valioso, conquistado pelos trabalhadores e por toda a sociedade.
São Paulo, 8 de janeiro de 2023
Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Antonio Neto, Presidente da CSB, (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Moacyr Roberto Tesch Auersvald, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
Nilza Pereira de Almeida, Secretária-geral da Intersindical (Central da Classe Trabalhadora)
Emanuel Melato, Intersindical instrumento de Luta
José Gozze, Presidente da PÚBLICA, Central do Servidor


FONTE: DIAP