27/02/2007 - Sindicalistas criticam terceiriza��o nas empresas .
 
 

Combater a terceiriza��o e defender os direitos trabalhistas na Previd�ncia Social. Estas foram as duas principais bandeiras de luta definidas para 2007, nesta segunda-feira, dia 26, por cerca de 600 metal�rgicos, que estiveram presentes no Encontro de Delegados Sindicais. Para Eleno Bezerra, presidente do Sindicato dos Metal�rgicos de S�o Paulo, a terceiriza��o nas empresas se transformou em "uma epidemia". "Est�o querendo terceirizar tudo", afirma Bezerra, em entrevista � Ag�ncia Estado.

As centrais sindicais avaliam que a terceiriza��o � injusta com o trabalhador e defendem que os trabalhadores terceirizados trabalhem sob as mesmas condi��es salariais que um metal�rgico. Sem citar nomes, ele chega a dizer que existe um lobby "pesad�ssimo" do meio empresarial "e at� da imprensa", que defende a terceiriza��o. "Os trabalhadores terceirizados ganham a metade dos sal�rios de um metal�rgico e n�o tem benef�cios. O �nico objetivo (das empresas), com isso, � ganhar dinheiro", ataca o presidente do Sindicato.

Segundo ele, um metal�rgico que sofre um acidente de trabalho tem estabilidade empregat�cia por parte da empresa at� a sua aposentadoria. "O que n�o ocorre com um trabalhador terceirizado. Neste caso ele perde o emprego e ter� que ficar brigando no INSS para ver se vai ter aux�lio-doen�a ou n�o", acrescenta.


Previd�ncia Social
O tema do aux�lio-doen�a, juntamente com a quest�o da terceiriza��o, � a deixa para o presidente do Sindicato dos Metal�rgicos abordar o assunto da Previd�ncia Social. Para ele, a terceiriza��o afeta diretamente a Previd�ncia e avisa: as centrais sindicais n�o v�o aceitar mudan�as na Previd�ncia que prejudiquem os trabalhadores, como a redu��o do aux�lio-doen�a, por meio de reajustes e cria��o de um subteto, e a defini��o de uma idade m�nima para a aposentadoria.

"Quando o trabalhador terceirizado se acidenta as empresas demitem e jogam o problema para a Previd�ncia (Social) resolver, o que aumenta a demanda. Por conta disso, o governo (federal) vem com essa de querer reduzir o aux�lio-doen�a. Isso n�s n�o vamos admitir de jeito nenhum", diz Bezerra.

De acordo com o presidente do Sindicato, os argumentos para a redu��o do aux�lio-doen�a, n�o procedem e revelam falhas internas do pr�prio governo. "O governo sustenta que h� trabalhadores que ganham aux�lio-doen�a maior do que seu �ltimo sal�rio e reclama de fraude no sistema. Mas se admite que h� malandragem, est� oficializando a malandragem. O governo jamais deveria admitir que h� corrup��o", critica.

No pr�ximo dia 07, o pr�prio Eleno Bezerra ir� a Bras�lia, onde, na ocasi�o, apresentar� ao l�der do governo no Congresso, Romero Juc� (PMDB-RR), uma proposta sobre a Previd�ncia Social. "N�s vamos discutir o que achamos que o governo deve fazer para n�o haver corrup��o no sistema previdenci�rio e vamos apresentar tamb�m a quest�o do teto, que n�o d� pra gente concordar. O Sindicato, a For�a (Sindical) e a Confedera��o Nacional dos Metal�rgicos (CNTM) far� uma luta a qualquer custo para n�o retirar os direitos do trabalhador", ressalta.


Outras bandeiras
Al�m da quest�o da terceiriza��o e da Previd�ncia Social, outras bandeiras de luta foram desenhadas para este ano. � o caso da invari�vel reivindica��o por aumento real de sal�rio e valoriza��o do piso salarial. No entanto, segundo Bezerra, os reajustes a serem pedidos ainda n�o foram definidos. "Discutiremos l� na frente", desvia o presidente do Sindicato. "Mas vamos intensificar a campanha de participa��o nos lucros e resultados das empresas", declara.

Outra bandeira � a redu��o de jornada de trabalho sem mudan�a nos sal�rios. Para isso, analisa que o governo deva trazer al�vios fiscais �s empresas como forma de compensa��o. Outros itens definidos para os metal�rgicos lutarem em 2007 s�o: equipara��o salarial e planos de cargos e sal�rios; cesta b�sica e conv�nio m�dico; isen��o das tarifas banc�rias; qualifica��o profissional a ser oferecida aos trabalhadores pelas empresas. Al�m desses pontos, os sindicalistas optaram por incorporar a preserva��o do meio ambiente nas lutas da categoria e ampliar as pol�ticas para jovens e mulheres de metal�rgicos.


Governo Lula
Questionado sobre a condu��o pol�tica do presidente da Rep�blica, Luiz In�cio Lula da Silva, Eleno Bezerra assume uma ponta de decep��o. Afirma que os metal�rgicos depositavam expectativas melhores sobre o petista, em raz�o de seu passado como l�der sindicalista. "Os trabalhadores tinham expectativas muito boas. Esperava-se que o Lula resolvesse a quest�o da Previd�ncia Social, fizesse uma reforma econ�mica que impulsionasse a ind�stria, reconhecesse as centrais sindicais, mas nada disso aconteceu", lamenta.

Entretanto, sustenta que o governo Lula em compara��o com a gest�o FHC - de 1994 a 2002 - "foi muito melhor". Contudo, pondera: "Neste segundo governo a compara��o agora � com ele mesmo e n�o mais com o FHC. Acho que o Lula iniciou este segundo mandato no caminho certo, mas vamos ver agora como ele vai andar no Congresso."



Publicado em: 26/02/2007 - 16:30
Fonte: Ag�ncia Estado
Cidade: S�o Paulo - SP - Pa�s: Brasil